Rosiane Martins -estudante de jornalismo 

A possibilidade de estudar em outro país, em uma universidade renomada, de ter outras experiências culturais e o diferencial no currículo são os motivos pelos quais estudantes de todo o país estão cada vez mais interessados em realizar intercâmbio. Uma das principais portas que os universitários têm para a realização desse sonho é o Ciência sem Fronteiras. No último ano, o programa levou mais de 200 estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para universidades do exterior. 

Nesse grupo grande está a estudante Beatriz Palmeira Melo, 22, aluna do sétimo período de Arquitetura e Urbanismo da Ufal, que junto com a amiga Thaila Veronezi ,24, estudante da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, criaram o blog e a página do facebook Conte seus feitos, um espaço para divulgar as atividades desenvolvidas pelos bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF). 

A ideia é divulgar e compartilhar os feitos que estão sendo realizados ao redor do mundo pelos estudantes brasileiros. As universitárias estão em 'Ball State University', Muncie, Indiana, EUA, desde agosto passado e voltam em janeiro de 2015. 

Para Beatriz, a experiência de estudar no exterior tem sido incrível. "Viemos em uma chamada do programa Ciências Sem Fronteiras em que os alunos precisaram estudar primeiramente inglês para somente depois adentrar nas aulas acadêmicas. Desde o começo podemos perceber como a universidade trabalha lado a lado com o aluno, a infraestrutura daqui também foi um ponto que nos chamou muito a atenção, o campus oferece tudo ao aluno, desde a sensação de proteção e sentimento de lar, até coisas práticas como restaurantes estruturados e academias de graça para todos os estudantes", destacou. 

A ideia do blog e do facebook surgiu, segundo Beatriz, de um sentimento de revolta, depois de observar algumas notícias se referindo ao programa como 'Turismo Sem Fronteiras' e colocando o mesmo como um desperdício de dinheiro do governo. 

"Nós que estamos dentro do Programa sabemos que ele não é perfeito, ainda está passando por adaptações e testes, mas o conceito e o que ele proporciona para os estudantes é algo que merece mérito. A oportunidade de vivenciar outras realidades, culturas e mundos acrescenta muito, tanto profissionalmente quanto pessoalmente, e tudo que aprendemos aqui irá retornar ao Brasil positivamente. A gente volta com conceitos novos e até mesmo com novas soluções vistas em outros países", ressalta. 

A ideia principal era criar um espaço para mostrar os estudantes que são destaque em suas faculdades e que estão fazendo coisas relevantes. As alunas entraram em contato com grupos do facebook dos alunos do programa, com suas faculdades de origem e com todos os meios que pudessem trazer mais visibilidade para o Conte Seus Feitos. Antes mesmo de completar duas semanas, a página já tinha mais de 2000 curtidas. 

"O feedback das pessoas tem sido bastante positivo e nós estamos muito felizes em ver a nossa ideia se firmando com o passar dos dias. Quanto mais divulgação a página tiver, mais histórias teremos para mostrar. Acreditamos que a imagem de seriedade do Programa pode ser devolvida contado os feitos dos alunos e é isso que almejamos", enfatiza. 

Destaque 

Recentemente, como foi registrado aqui, um aluno da Ufal ganhou destaque internacional ao ser eleito embaixador estudantil na Austrália. Rodrigo Rebouças, estudante do 6º período de Medicina, está na University of Queensland, em Brisbane, Austrália, desde julho de 2013 em intercâmbio feito através do Ciência sem Fronteiras. O aluno está fazendo cursos na área de Health Sciences e pelo engajamento em atividades extra-curriculares foi eleito embaixador com a missão de divulgar a universidade como destino para outros estudantes estrangeiros em busca de bons destinos para o intercâmbio. Rodrigo deve ficar no país até o final do ano. 

O programa 

O Ciência sem Fronteiras é um programa de pesquisa criado em 2011 pelo Governo Federal brasileiro para incentivar a formação acadêmica no exterior, oferecendo bolsas de iniciação científica , incentivando projetos científicos em universidades de excelência em outros países. 

O CsF busca promover a expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação, promovendo a inserção internacional das instituições brasileiras pela abertura de oportunidades semelhantes para cientistas e estudantes estrangeiros. 

Em 2012, o Conselho Nacional de Pesquisa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apontou a Ufal como a sexta instituição brasileira que mais envia alunos para o exterior por meio do Ciência sem Fronteiras (CsF). A mobilidade estudantil contempla universitários do Campus A.C Simões, em Maceió, Arapiraca e do Sertão. 

Para conhecer, visite o blog e a página.